“Construir um equipamento cultural nos dias de hoje é um grande desafio. Instituições culturais, entre elas os museus, há muito deixaram a postura de locais elitistas e herméticos para serem pensados e projetados como locais de livre acesso, ampliando ao máximo seu caráter democrático, tentando atrair um público mais abrangente e levando em consideração seu entorno. Passam a ser locais onde as mais variadas atividades são realizadas, além das tradicionais exposições e salvaguarda de obras, com espaços dedicados também para cafés e restaurantes, para realizações de palestras, encontros, oficinas práticas, projeções, performances… São instituições complexas que devem proporcionar aos visitantes experiências singulares.
Formas de utilização que nem imaginamos ainda surgirão. Além disso, a própria noção e definição de “arte contemporânea” engloba manifestações artísticas de naturezas muito distintas, dimensões e pesos muitas vezes colossais, e mesmo de materiais pouco convencionais, que implicam em uma série de necessidades especiais.
Outra consideração importante é que estas instituições exercem papel fundamental e crescente como centro de convivência e têm assistido a um grande aumento no fluxo de seus visitantes e na diversificação do uso que fazem de seus edifícios. A versatilidade desses locais deve ser considerada desde o momento de criação do projeto arquitetônico.
Sendo assim, perguntamos à arquitetos japoneses e brasileiros envolvidos em projetos de grande envergadura de criação ou adaptação de instituições culturais, quais as premissas e desafios de projeta-las nos dias de hoje? E qual o papel do arquiteto nesse trabalho multidisciplinar?”