A proposta previa que a nova construção não deixasse um vazio no morro e, tampouco o ocupasse de maneira sólida ou meramente formal. Para tanto, o volume do projeto substituiria de maneira inteligente o “antigo” morro, configurando um prisma regular e ocupando a totalidade do volume disponível. As fendas criadas desde a rua até o morro dão a noção espacial de que o morro existe, de que há uma barreira entre o natural e o construído no sentido transverso ao terreno. Tendo como princípio a ocupação do antigo morro, o programa foi distribuído da seguinte maneira: escritórios distribuídos em três lâminas idênticas com 15 metros de largura pela totalidade do terreno ou seja, da rua até o morro. Entre elas foram criados vazios com a mesma dimensão do volume construído; os mesmos 15 metros. As lâminas foram interligadas por passarelas na divisa com a rua. Já na divisa oposta, passarelas técnicas abrigam todas a maquinaria e infraestrutura necessária ao funcionamento do edifício. Sob estas lâminas, um embasamento com dois pavimentos recebeu todo o programa de caráter público, conectado à rua, como biblioteca, auditório e atendimento ao público externo.
usos
O edifício foi dividido em dois blocos principais, pavimento tipo e embasamento.
A lógica do embasamento é notoriamente oposta à do tipo. Para o embasamento a intenção era criar grandes circulações horizontais ligando ao máximo o programa, mais publico, à rua.
No caso do pavimento tipo a circulação principal é a vertical e há um desejo de controlar e segregar mais os escritórios dos demais programas.
organização do pavimento tipo
Distribuídos em três laminas com sete pavimentos, perpendiculares à rua e com dimensão de 50x15m cada
No limite entre o morro e o edifício foram dispostas todas as infraestruturas necessárias ao funcionamento técnico como máquinas, escadas de emergência e prumadas.
embasamento
São 5 pavimentos ocupando quase toda a totalidade do terreno com programas distribuídos por andares. Há três pontos de ligação com a rua; de veículos na cota mais baixa, térreo na cota média e primeiro pavimento na cota superior. Nos pontos de ligação, as entradas, e em função delas, os maiores e mais populosos programas – ensino e biblioteca e por fim o auditório [em dois níveis] conecta fisicamente ambos.
o convento
A ligação com o convento se dará por um elevador de grandes dimensões. Solto do edifício e com acesso tanto pelo térreo como pela praça. Entendemos que o caminho até a cota 33 do morro [cerca de 30 metros desde a rua], deve ser feito de forma mecânica, por dentro do “sistema” do edifício mas sem qualquer contato físico com o mesmo, evitando com isso, conflitos de diferentes fluxos de pessoas.
Ficha Técnica:
Tipo de projeto:edificação
Início do projeto: 2014
Endereço: Rio de Janeiro, RJ
Área: 38.000 m²
Projeto de Arquitetura: Gustavo Cedroni, Martin Corullon, Sol Camacho, Laura Gonzalez Fierro, Ana Julia Chiozza, Rafael de Sousa, Eric Enser,Javier Herrero, Marina Pereira e Isadora Schneider.
Projeto de estruturas: AFA Consult – Rui Furtado e Marco Carvalho
Imagens: Play-time