O projeto da nova Casa Triângulo iniciou-se antes de qualquer desenho: tão logo decidiram que uma mudança se fazia necessária, os clientes envolveram a equipe de arquitetura na pesquisa pelo imóvel mais adequado às necessidades do novo espaço de uma das mais importantes galerias de arte contemporânea do Brasil, hoje com 28 anos de existência. Como consequência dessa parceria, o imóvel escolhido foi selecionado devido não só à sua localização mas também pelo seu potencial de ocupação enquanto espaço expositivo, assim como pela suas características construtivas que viriam a permitir uma reforma rápida – entre projeto e execução passaram-se apenas 11 meses.
O novo edifício tem a configuração de um grande volume único, que abriga duas áreas expositivas, guarda de acervo, áreas administrativas e de apoio, somando aproximadamente 500 m², distribuídos em três níveis [térreo, mezanino e superior]. Com aproximadamente 5m de altura, o pé direito da área expositiva principal é similar ao do edifício da Bienal, o que faz com que a nova Casa Triângulo seja uma das poucas galerias em São Paulo com uma sala de exposição nestas proporções.
Os materiais foram escolhidos visando uma obra rápida, seja pelo fato de serem pré-fabricados, seja por não necessitarem de acabamento posterior, a exemplo das já citadas placas de policarbonato, das placas cimentícias também usadas na fachada e do forro da área expositiva principal, executado em módulos pré-fabricados de chapa de aço expandido.
The new building is conceived as a single large volume, housing two exhibition areas, the collection’s storage, administration and support areas totalling approximately 500sqm spread over three levels (ground, mezzanine and first floors). At almost 5m, the height of the main exhibition area is equivalent to that of the Sao Paulo’s Biennale Pavillion, making the new Casa Triângulo one of the few galleries in town with proportions of this scale.
Em relação às áreas externas, na face voltada para a rua Cristóvão Diniz – rua com menor fluxo de automóveis em comparação com a Estados Unidos – foi implantada uma praça, conformada pela extensão do piso de concreto das áreas internas do edifício e por um grande banco. De caráter público, é ideal não só para exposições e eventos ao ar livre, mas também para permanência de pedestres em geral. A praça é arrematada de um lado por uma área de estacionamento – voltada para a Estados Unidos, principal via de acesso – e por outro por um pátio em asfalto e pedrisco, destinado à carga e descarga cotidiana de obras de arte e à permanência de pessoas durante eventos. O plano translúcido em policarbonato que configura todo o perímetro da galeria durante o dia permite a entrada de luz natural e à noite oferece o efeito reverso. O acesso ao interior do espaço se dá por grandes aberturas pivotantes nesse plano, que reforçam a permeabilidade entre interior e exterior.
ficha técnica
Início do projeto: março de 2015
Conclusão da obra: janeiro de 2016
Endereço: Rua Estados Unidos, 1324
Área construída: 450 m²
Projeto de arquitetura: Martin Corullon, Gustavo Cedroni, Helena Cavalheiro, Marina Ioshii, Renata Mori, Luis Tavares, Isadora Marchi, Rafael de Sousa, Juliana Ziebell, Gabriela Santana, Marina Pereira
Prospecção estrutural: Marcondes Ferraz Engenharia
Projeto de estruturas: INNER Engenharia e Gerenciamento
Instalações hidráulicas e elétricas: L2C engenharia
Luminotecnia: Design da Luz | Fernanda Carvalho
Paisagismo: Bonsai Paisagismo
Construtora: Lock Engenharia
Fotos: Leonardo Finotti