A proposta para o museu do século 20 tem como principio uma intervenção silenciosa, que além de cumprir com as exigências espaciais e técnicas do novo museu, articulasse os edifícios e espaços livres pré-existentes.
O projeto consiste em uma construção em sua maior parte subterrânea, praticamente invisível a não ser pelo afloramento da laje de cobertura em cota coincidente com o pódio da neue nationalgalerie, esse plano define uma praça de acesso público.
programa
As quatro fachadas verticais do prisma retangular aflorado abrigam serviços e usos abertos para a rua, como cafés, lojas, acessos de publico e técnico, servindo como uma membrana de permeabilidade variável, transformando as fronteiras da construção em uma faixa ativa tanto para dentro do museu como para fora, para a cidade.
A continuidade espacial das áreas de acesso público foi intenção determinante na disposição dos espaços. A entrada de abundante luz natural acontece por meio de 12 grandes claraboias, todos os níveis da construção se interrelacionam por meio de um vazio central, que permite que a luz proveniente do plano superior atravesse o museu e ilumine as principais áreas expositivas. Além da continuidade visual proporcionada pelos vazios, o fluxo de visitação e o percurso sugerido pelo conjunto de rampas complementa e fortalece a percepção íntegra e contínua do espaço. As áreas necessárias para a acomodação das áreas expositivas foram projetadas como grandes salões regulares, previstos de toda a infraestrutura necessária de modo a garantir uma flexibilidade inicial de distribuição das coleções. As áreas expositivas e de visitação pública estão dispostas no centro da construção, abraçadas pelas zonas periféricas com usos técnicos ou serviços, com permeabilidade variável.
técnica
Do ponto de vista estrutural a solução é de uma geometria regular e rigorosa, conformada por lajes e cortinas em concreto armado na periferia e uma malha de pilares com vãos de 15 x 15m. Com a finalidade de garantir acesso técnico e de infraestrutura a todo o edifício uma fenda junto à face noroeste permite a criação de um fosso técnico, que concentra equipamentos, reservatórios, prumadas e distribuição principal dos serviços.
articulação com o entorno
Ao propor como único elemento construído visível uma plataforma horizontal, discreta, com as bordas ativadas, cria-se um vazio construído, que articula visualmente o conjunto arquitetônico já existente e permite visuais novas. Para quem chega ao recinto do novo museu o vazio tem a virtude de fazer ver o valioso conjunto arquitetônico monumental sem obstruções.
Com a reconfiguração do tráfego de veículos e a redefinição de fluxos de acesso foi possível estabelecer uma continuidade pedestre forte entre a filarmonica e o novo museu. Também cria-se um caráter mais definido para as vias de veículos e uma hierarquia mais clara entre essas vias e as zonas de circulação pedestre.
Ficha Técnica:
Tipo de projeto: museu
Início do projeto: 2015
Área: 24.750 m²
Projeto de Arquitetura: Paulo Mendes da Rocha, Martin Corullon, Gustavo Cedroni, Helena Cavalheiro, Marina Ioshii, Juliana Ziebell, Amanda Amicis, Bruna Canepa, Alessandra Musto, Nara Diniz.
Cliente: Stiftung Preussischer Kulturbesitz
Consultoria: AFA Consult.